Batalha de Tora Bora
Como as forças especiais aliadas combateram os guerrilheiros
talibãs em um complexo de cavernas no Afeganistão em 2001. |
No final de 2001, combatentes da al-Qaeda ainda se encontravam nas montanhas da região de Tora Bora. O bombardeamento aéreo continuou, incluindo o uso de grandes bombas popularmente conhecidas como "daisy cutters" (cortadoras de margaridas), oficialmente designada BLU-82/B, de 6,8 toneladas, o maior artefato não-nuclear do arsenal americano. Em 3 de dezembro, um grupo de 20 membros do CIA National Clandestine Service (NCS), do 5º Grupo de Forças Especiais e aeronaves do 160th Special Operations Air Regiment, com o nome de código Jawbreaker, foram inseridos por helicóptero em Jalalabad, no Afeganistão, para iniciar uma operação contra os guerrilheiros. No dia 5, combatentes afegãos da Aliança do Norte, aliados dos Estados Unidos, assumiram o controle do terreno na parte baixa do complexo de cavernas. A equipe Jawbreaker e equipes de comandos equipadas com designadores a laser orientaram os bombardeiros da Força Aérea sobre seus alvos; ataques aéreos pesados sem parar, incluindo bombas guiadas a laser e mísseis, duraram 72 horas. Os combatentes da al-Qaeda retiraram-se para posições mais elevadas e se entrincheiraram para a batalha. Aproximadamente uma semana depois, 70 homens das forças especiais do Esquadrão A da Força Delta (US Army), do DevGru do US Navy SEALs e do Special Tactics Squadrons (STS) da US Air Force avançaram por terra, em veículos blindados, em complemento à campanha de bombardeio. Durante as horas de escuridão os guerrilheiros acendiam pequenas fogueiras para cozinhar e amenizar o frio, o que revelaria sua localização específica e ajudaria o designador a laser para as armas lançadas do ar. Os combatentes da Aliança do Norte continuaram um avanço constante através do terreno difícil, apoiados por ataques aéreos e pelas Forças Especiais americanas e britânicas.
Do lado da coalizão não houve nenhuma baixa, mas calcula-se que em torno de 200 guerrilheiros tenham sido mortos e dezenas de outros feito prisioneiros. As forças americanas continuaram a vasculhar a área até janeiro de 2002, mas não encontraram sinais de Bin Laden ou da liderança da al-Qaeda. As autoridades dos EUA justificaram a continuação da detenção de várias dezenas de prisioneiros afegãos na Base de Guantánamo (Cuba) por suspeita de que haviam participado na batalha de Tora Bora, ou estiveram presentes durante os combates ou ainda que tivessem ajudado Osama bin Laden a escapar. Após os ataques a Tora Bora, as forças americanas, britânicas e seus aliados afegãos consolidaram suas posições no país. Os guerrilheiros do Talibã e da al-Qaeda não desistiram e se mantinham escondidos. Um Conselho reunindo as maiores facções afegãs, líderes tribais e ex-exilados, estabeleceu um governo interino em Cabul sob a liderança de Hamid Karzai. As tropas americanas estabeleceram sua base principal na Base Aérea de Bagram, ao norte da capital. Eles usaram o Aeroporto Internacional de Kandahar como uma base importante para receber e distribuir suprimentos e pessoal. Vários postos avançados foram estabelecidos nas províncias do leste para buscar fugitivos dos grupos rebeldes e o número de tropas dos EUA que operavam no país acabaria por crescer para mais de 10.000, à medida que os esforços contra o Talibã e a Al-Qaeda aumentavam. |
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