De
todas as unidades de elite do mundo, talvez nenhuma outra tenha entrado
em ação com tanta freqüência quanto as das Forças
de Defesa de Israel (FDI), e dentre essas, as tropas de paraquedistas.
Criada em maio de 1948, seus recursos iniciais consistiam de uma aeronave
Curtiss C-46 Commando avariada e quatro mil paraquedas de segunda
mão. No ínicio da década de 50 formou-se uma pequena
unidade de soldados altamente qualificados para operações
de represália aos ataques de terroristas árabes, conhecida
como Unidade 101, que teve um desempenho de sucesso e mais tarde, fundida
com as Tropas de Paraquedistas, formaria a 202a. Brigada. Atualmente,
além dessa existem a 890a. e a 50a. Brigadas regulares e outras
três de reserva, com diversas unidades de reconhecimento (sayeret),
estabelecidas de acordo com suas funções em operações
especiais, sob o comando das brigadas.
A
Sayeret Orev é a unidade anti-carro, a Sayeret Tzanhim
é empregada como "tropa de choque" e a Sayeret Shaldag
lida com infiltração e demolição. Há
numerosas outras unidades treinadas como paraquedistas que não
estão ligadas às brigadas afins: Sayeret Matkal
a mais importante das forças de elite de Israel, cujas missões
são as mais relevantes, difíceis e altamente classificadas,
com pouca divulgação de suas operações secretas;
Sayeret Hadruzim efetua reconhecimento nas áreas de fronteira;
Sayeret Golani opera junto à Brigada Golani de infantaria
de combate das FDI, sendo provavelmente a melhor unidade de reconhecimento,
atuando como elemento de liderança em todas as operações
conduzidas pela brigada, tendo participado do célebre e ousado
resgate de reféns no
aeroporto de Entebbe, em julho de 1976, na denominada "Operação
Jonathan".
O
curso básico de treinamento tem duração de seis meses.
A primeira fase é dedicada à adaptação física
e habilidade no manejo de armas, com grande parte do treinamento realizado
no campo, incluindo marchas longas e árduas, em passo rápido.
Depois de completada essa fase com êxito, o soldado torna-se um
atirador de terceira classe. Nos dois meses seguintes o recruta é
designado para sua função específica dentro da unidade
(atirador, municiador e outras), qualifica-se nessa tarefa e aprende a
aplicá-la. O treinamento com blindados e helicópteros é
então introduzido, com ênfase para os vôos noturnos
e o combate em áreas urbanas. Tendo completado essa parte com sucesso,
o soldado ganha a condição de atirador de quinta classe.
A última fase é realizada na Escola de Saltos Tel Nof, onde
depois de cinco saltos enganchados o soldado ganha suas asas e torna-se
paraquedista habilidado, partindo para o treinamento avançado
dentro das próprias unidades onde servirá.
As
armas e equipamentos são em sua maioria de fabricação
israelense, completadas com itens adquiridos no exterior ou capturados
ao inimigo em grandes quantidades, como as armas anti-carro RPG-7.
O paraquedas principal é o EFA 672-12 de operação
automática, portam a submetralhadora
Uzi de 9mm ou o fuzil de assalto Galil de 5.56mm e carregador
de 35 tiros, de projeto e produção nacional. Estão
equipados ainda com mísseis
anti-carro TOW, fuzis M16 americanos, metralhadora de emprego
coletivo FN MAG e diversos outros equipamentos comuns às
tropas de elite. O uniforme é o padrão do Exército
israelense e a cobiçada boina grená é envergada quando
não se exige o uso do capacete de combate, em fibra de vidro. O
emblema de paraquedista, de prata, é usado no lado esquerdo do
peito, acima das medalhas de campanha. |