Amazônia violada

Exército  Brasileiro: presença marcante na Amazônia Nós brasileiros temos a mania de achar que os recursos naturais que essa terra maravilhosa nos oferece são inesgotáveis, tal a abundância dessas riquezas. Por isso, poucos levantam a voz para tentar impedir a degradação, quando madeireiras com sede na Malásia e na Indonésia "rasgam" impiedosamente a floresta, retirando as madeiras nobres e deixando clareiras, que futuramente darão origem a desertos; quando garimpeiros extraem de seu subsolo e rios, contaminando-os com produtos químicos, pedras preciosas que são contrabandeadas para o exterior, para abastecer os mercados europeu e americano; quando traficantes de drogas usam pistas clandestinas e seu terreno para preparar e negociar todo tipo de narcóticos e armas; quando indústrias farmacêuticas multinacionais, disfarçadas de institutos de pesquisa, colhem amostras de plantas medicinais que se transformarão em remédios pelos quais nos cobrarão royalties.

Mas se esta sangria continuar estes recursos logo se esgotarão, com graves consequências econômicas e ambientais. Ocupando dois terços de todo o território nacional, a floresta amazônica é a maior bacia de água doce potável do mundo, tem grandes reservas de ferro, manganês, bauxita, ouro e petróleo, concentrando em sua área 30% de todas as espécies vivas. Não seria interessante para alguns internacionalizá-la? Ações já estão sendo implementadas para evitar que isso ocorra. O Projeto Calha Norte, criado em 1985, em uma área que fica entre a fronteira norte e a calha do rio Amazonas, abrangendo uma área de 1,2 milhões de km² , tem por objetivo garantir a soberania e integrar esta região ao restante do país. Além de bases do Exército, o projeto prevê a eletrificação rural, construção de pequenas estradas, portos e uma orientação voltada para o desenvolvimento sustentável das populações ribeirinhas.

O Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), que objetiva o monitoramento, vigilância e controle das fronteiras e do espaço aéreo por meio de radares fixos, móveis e aerotransportados, em fase final de instalação, a um custo total de US$ 1,4 bilhão, impedirá que novas agressões fiquem sem resposta, inclusive militar. A Marinha está reorganizando sua atuação, criando novas unidades, como a transformação do Grupamento de Fuzileiros Navais em Batalhão de Operações Ribeirinhas, reequipando-se com barcos e lanchas rápidas e analisando uma nova doutrina operacional, adequada ao ambiente de selva. Hoje o Exército brasileiro possui um contingente de mais de 22 mil homens e o 4° Esquadrão de Aviação estabelecidos na Amazônia. A presença militar é indispensável, para mostrar àqueles que querem usurpar nossas riquezas que o Brasil não as entregará sem luta. Mas a conscientização de todos sobre o quão é importante preservá-la exuberante e rica, em alguns casos intocada, é primordial. Aprendamos com os seus habitantes mais primitivos, os indígenas, que dela tiram seu sustento, sem maltratá-la, vivendo em perfeita harmonia com a natureza que os cerca, sob a proteção de seu imenso manto verde.





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