O resgate de Mussolini Como os paraquedistas alemães resgataram o ditador italiano de seu cativeiro nos Alpes. |
Fotografias aéreas do local indicavam um hotel situado no topo de um estreito planalto no Gran Sasso, conhecido como Albergo-Refugio. Um ataque por tropas de montanha foi descartado, pois estas seriam avistadas muito antes de chegarem ao seu objetivo e Mussolini poderia ser fuzilado ou transferido para outro local. A melhor opção seria um assalto de tropas aerotransportadas em planadores DFS230, dotados de freios-foguetes e paraquedas de frenagem, que poderiam pousar com razoáveis possibilidades de sucesso em um pequeno espaço triangular ao lado do hotel. O plano, denominado "Operação Eiche", determinava que uma companhia de paraquedistas (Fallschirmjager) desembarcaria de 12 planadores ao lado da edificação. Ao mesmo tempo, um batalhão capturaria a extremidade final da estrada da montanha. A idéia era levar Mussolini de carro até um aérodromo no vale logo abaixo onde ele embarcaria em um avião. Caso isto não fosse possível, um avião leve modelo Fieseler Storch pousaria no ressalto perto do hotel para levá-lo direto à base aérea de Pratica di Mare, de onde seria transportado até Viena em um Heinkel He-111. Além disso, levariam com as tropas um comandante dos carabinieri para que esse oficial ordenasse aos guardas do Albergo, que também eram carabinieri, que não resistissem nem matassem o prisioneiro.
Em pânico, os guardas abandonaram suas armas e correram. Skorzeny seguido por alguns paraquedistas subiu as escadas que os levariam ao quarto no primeiro andar onde Mussolini estava aprisionado. Pego de surpresa o carabinieri que o vigiava largou sua arma e levantou os braços acima da cabeça, sendo prontamente rendido. Mussolini, trêmulo e pálido, ainda agradecia seus salvadores quando Skorzeny determinou que agilizassem a evacuação do prédio e se dirigissem ao ponto onde embarcariam no avião leve que os tiraria dali. Das opções iniciais só restara um pequeno Fiesler Storch que teria que decolar de uma área mínima no planalto, com o piloto, Mussolini e Skorzeny, que insistira em ir junto pois alegava ter ordens expressas do Fuhrer para acompanhar o ditador italiano até o fim da viagem. Com todos tensos dentro da cabine, o piloto acelerou o motor ao máximo enquanto cerca de dez paraquedistas seguravam o avião pela cauda para mantê-lo na posição adequada. Ao seu sinal os soldados soltaram a aeronave, que deslizou na direção do precipício e desapareceu. Então correram para a borda para ver o que iria acontecer e viram o Storch mergulhar para o fundo do vale e então, dezenas de metros abaixo, embicar e por fim entrar em vôo nivelado na direção de Pratica di Mare. Dali embarcaram em um He-111, que os levaria até Viena para que Mussolini se reuni-se secretamente com Hitler. O que no início foi considerada uma missão quase impossível, serviu para demonstrar toda a destreza e coragem dos paraquedistas alemães, a supertropa, como ficaram conhecidos durante a Segunda Guerra Mundial. |
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