Commandos Marine - França
Então os membros sobreviventes do 1º BFMC formaram a liderança principal e os quadros para a Escola de Treinamento do Comandos criada na Argélia em 1946 (Centro Siroco, em cabo Matifou). Outro ramo vem da Unidade de Reconhecimento Naval criada em dezembro de 1944, companhia NYO, formada por voluntários de diferentes partes da Marinha, principalmente dos Fuzileiros Navais (Fusiliers Marins) e da Artilharia Naval. Esta unidade mais tarde renomeada como Companhia Merlet (o nome de seu fundador e comandante, Tenente Jean Merlet), lutou na Itália antes de ser enviada para a Indochina em setembro de 1945. Foi renomeada como Companhia Jaubert, o primeira unidade de comandos a ser constituída quando a Marinha francesa decidiu criar um Corpo de Comandos em 1946. Por uma decisão de 19 de maio de 1947, o Ministério da Marinha criou cinco unidades de "Commandos Marine", organizadas e projetadas no padrão dos comandos britânicos. A Marinha Francesa transformou várias companhias de Fusiliers de Marins (Fuzileiros Navais) já testadas em combate na Indochina (incluindo a Companhia Jaubert) ou baseadas em destróieres da Marinha (para se tornar Commandos Trepel e Commandos de Penfentenyo) e gradualmente renovou seu pessoal com recrutas habilitados como comandos após terem passado pelos cursos do Centro Siroco. Os Commandos François e Commandos Hubert foram formados a partir do zero. Este último tornou-se a unidade oficial de comandos paraquedistas da Marinha e por este motivo, era integrado de preferência por antigos membros do Ponchardier SAS-B, já qualificados em saltos. Cada um deles homenageou um oficial morto em ação durante a Segunda Guerra Mundial ou durante a campanha da Indochina: capitão Charles Trepel, tenente Augustin Hubert, comandante François Jaubert, tenente Alain de Penfentenyo e tenente Jacques François. O Commandos Hubert tornou-se oficialmente uma unidade de mergulhadores de combate em 30 de março de 1953, composta por mergulhadores de combate oriundos da Marinha e do Exército (SDEC, Serviço Secreto).
Ao mesmo tempo ocorrem treinamentos com armas de fogo e táticas de assalto, escalada e rapel, condução de embarcações, manipulação de explosivos e combate corpo a corpo. Seu efetivo está distribuído entre sete unidades de comandos: Commando Jaubert e Commando Trepel especializados em ações diretas, resgate de reféns em território hostil e contra-terrorismo; Commando de Montfort e Commando de Penfentenyo capacitados para operações de reconhecimento/Inteligência e neutralização de alvos a longa distância; Commando Kieffer prontificado para operações C3I (Comando, Controle, Comunicações e Inteligência), uso de cães de combate (K9) e operar UAVs; Commando Ponchardier responsável pela logística e suprimentos; e Commando Hubert responsável pelas operações em ambiente subaquático com uso de mergulhadores de combate e ações contra-terrorismo em terra ou no mar. Entre as principais armas que equipam os homens do Commandos Marine estão os fuzis de assalto Colt M-4 e FAMAS, submetralhadoras H&K MP-5, metralhadoras FN Minimi, pistolas automáticas Glock 17 e SIG P-226, fuzis para snipers PGM Hecate II e Ultima Ratio, pistola submarina H&K P-11, entre outras. Suas missões englobam atuações em vários países como Argélia (1958-62), Líbano (1982-91), Golfo Pérsico (1989-95), Ex-Yugoslávia (1992-2000), Somália (1991-93), Congo (1997-98), Haiti (1992) e Afeganistão (1996). Por seus rígidos parâmetros de recrutamento, treinamento e atuação, o Commandos Marine hoje pode ser comparado ao Special Boat Service (SBS) britânico. |
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