Embora considerado, por si só, uma tropa de elite, o US Marine
Corps tem dentro da corporação pequenos grupos de operações
especiais com a missão de penetrar as linhas inimigas para efetuar
reconhecimento do terreno, a posição e as condições
da força oponente e ainda realizar ataques e sabotagens em apoio
às grandes operações dos fuzileiros americanos. Estes
grupos são conhecidos como Batalhões de Reconhecimento
(Force Recon), cuja existência só foi reconhecida oficialmente
após a Guerra do
Vietnã. Até 1998 haviam duas unidades de reconhecimento
separadas, a Recon e a Force Recon, a primeira com
a função de apoiar as operações anfíbias
e terrestres a nível de Divisão e a segunda deveria executar
infiltração em profundidade e patrulhas de reconhecimento
em território hostil. Desde então a combinação
das duas unidades em um único batalhão trouxe ao USMC maior
agilidade e melhor operacionalidade.
O
Force Recon está dividido em três seções
ou companhias: a Cia. A é responsável pelo treinamento dos
novos recrutas, onde aprenderão as técnicas e habilidades
básicas usadas na atividade de reconhecimento; a seguir, são
enviados à Cia B onde iniciarão as patrulhas em apoio às
operações da Divisão; ao adquirirem experiência
suficiente, são encaminhados para a Cia C, responsável pelas
missões mais arriscadas, como as penetrações em profundidade
em terreno inimigo e ações de comandos, recebendo aqui um
treinamento ainda mais específico para executar com eficiência
essas missões. Seus membros estão treinados em diferentes
métodos de inserção atrás das linhas inimigas,
incluindo o uso de helicópteros, de equipamentos de mergulho de
circuito fechado (SCUBA, que não emite bolhas), de botes de borracha
ou de técnicas de salto HALO (High ALtitude/Low Opening)
e HAHO (High Altitude/High Opening).
Esses
métodos são fundamentais para evitar que as forças
inimigas descubram que estão sob vigilância e proteger os
grupos de reconhecimento das tropas com maiores efetivos. Na eventualidade
de que alguma equipe do Force Recon esteja em perigo iminente
ou sua presença tenha sido denunciada, ela poderá ser rapidamente
evacuada por helicóptero, usando as técnicas de exfiltração,
como a "penca" onde diversos homens são presos a uma
corda que é içada pela aeronave, transportando-os até
lugar seguro. As principais missões do Force Recon são
reconhecimento e vigilância a longa distância, recuperação
tática de tripulações de aeronaves, operações
de interdição marítima, reconhecimento hidrográfico
das praias para operações de desembarque anfíbio,
resgate de militares capturados, ações de sabotagem e ataques
em pequena escala, reconhecimento de portos, buscas submarinas e evacuação
de civis americanos de áreas em conflito.
As equipes do Force Recon tiveram ação destacada
na Segunda Guerra Mundial,
principalmente no teatro de operações do Pacífico,
tendo atuado nos desembarques em Tinian, Iwo Jima e Okinawa. Na Guerra
da Coréia além das tarefas de reconhecimento, efetuaram
ações de sabotagem em ferrovias e túneis, sendo que
algumas dessas missões foram executadas em até 70 km dentro
do território norte-coreano. Na Guerra do Vietnã, as equipes
eram infiltradas bem atrás das linhas inimigas, em missões
que duravam de cinco a seis dias, e uma vez em solo faziam patrulhas em
busca da localização das tropas vietnamitas, seu efetivo
e possíveis desdobramentos. Em algumas situações
executavam emboscadas e faziam prisioneiros para conseguir documentos
importantes ou interrogá-los para obter informações
relevantes.
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