Embora não sejam um serviço independente dentro do Exército
chinês (PLA), as Forças de Operações Especiais
(SOF Special Operations Forces, em inglês) recebem tratamento
prioritário na alocação de recursos e equipamentos.
Essas tropas têm recebido considerável atenção
em seu desenvolvimento desde o início dos anos 90, como elemento
fundamental na modernização das forças terrestres
chinesas. Cada região militar do país tem a sua unidade
especial, cujo tamanho pode variar de 500 a 1.000 homens, sendo parte
integrante das estratégicas forças de reação
rápida, capazes de serem empregadas por ar ou por terra, em qualquer
lugar dentro da China, num curto espaço de tempo. Até o
final dos anos 80, o PLA não possuia nenhum tipo de unidade para
operações especiais, embora existissem grupos especialmente
treinados e equipados para efetuar tarefas tais como assalto e retomada,
emboscadas, sequestros de inimigos e coleta de informações.
Estas equipes tiveram um papel importante durante a guerra de fronteiras
com o Vietnam em 1979.
Pouco
depois deste conflito o PLA começou a ampliar o papel das equipes
de reconhecimento para uma muito mais variada gama de missões.
A primeira unidade especial de reação rápida foi
formada na região militar de Guangzhou em 1988, com a denominação
de Grupo Especial de Reconhecimento, que recebeu armas e equipamentos
que não eram disponibilizados para as outras forças terrestres,
além de treinamento específico em técnicas de sobrevivência,
natação utilitária, paraquedismo e assalto helitransportado,
levando as outras regiões a criarem suas unidades a partir do início
da década de 90. Inspirada pela performance das forças especiais
americanas na guerra do Golfo em 1990 e no conflito do Kosovo em 1998,
e em resposta à crescente tensão entre a China e Taiwan,
as unidades de operações especiais do PLA foram expandidas
ainda mais, capacitando-as a atuarem com grande eficiência em terra,
mar e ar, executando missões mais sofisticadas tais como assalto
aéreo a longa distância, reconhecimento estratégico,
inserção subaquática, desembarque anfíbio,
inteligência e contra-terrorismo.
O treinamento das forças especiais do PLA, como as demais tropas
de elite do mundo, enfatiza o condicionamento físico superior de
seus membros e a habilidade e precisão no manuseio de armas de
fogo. Todos recebem aulas de artes marciais e técnicas de sobrevivência
nos mais diversos tipos de terreno, e dependendo das missões específicas
que executarão, são treinadas em uma ou mais das seguintes
áreas: combate urbano, operações anfíbias,
demolição, comunicações, informática
e línguas estrangeiras. O PLA não possui um comando unificado
destas tropas, a exemplo do US Special Operations Command, mas
acredita-se que estejam operacionalmente ligadas ao 2º Departamento
(Inteligência) do Estado-Maior do Exército. As unidades,
por região, são: Guangzhou, primeira a ser criada em 1988;
Chengdu, criada em 1992 e denominada "Falcon"; Beijing,
criada em 1990, especializada em equipamentos de alta tecnologia; Shenyang;
Nanjing, conhecidas como "Flying Dragon" e "Eagle";
e a da região militar de Lanzhou.
As forças especiais do PLA são geralmente bem melhor equipadas
e treinadas quando comparadas com as demais tropas do Exército
e contam, além das padronizadas pistolas, fuzis de assalto e metralhadoras,
com equipamento especializado tais como submetralhadoras com silenciadores,
lança-rojões, lançadores de granada, coletes, rádios
táticos, óculos de visão noturna, designadores laser
portáteis e receptores GPS. Para seu deslocamento possuem veículos
blindados leves e recebem apoio dos helicópteros do Exército
e dos aviões de transporte da Força Aérea. Algumas
de suas armas são as pistolas QSW06 (Type 06), de 9 mm
e QSZ92 (Type 92) de 5.8 mm, a submetralhadora QCW05 (Type
05), de 5.8 mm, o lança-rojão FHJ84, de 62
mm e o morteiro automático W99, de 82 mm, todas de fabricação
chinesa.
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