Durante a Primeira Guerra
Mundial, a bela cidade italiana de Veneza estava cercada por tropas
austro-húngaras e só não caiu em mãos inimigas
graças a valentia com que foi defendida por um grupo de soldados,
que mais tarde formariam uma nova unidade de elite do Corpo de Fuzileiros
Navais da Itália, o Batalhão San Marco, que recebeu este
nome em homenagem ao santo padroeiro de Veneza, cuja insígnia é
um leão alado, também símbolo desta tropa. Baseado
em Brindisi, a beira do mar Adriático, o batalhão é
formado por cerca de 1.000 homens treinados em todas as técnicas
necessárias a um bom fuzileiro, especialmente operações
anfíbias e pára-quedismo.
Sua
missão é proporcionar capacidade anfíbia, embora
limitada, às frotas da Itália e da OTAN no Mediterrâneo.
O Batalhão San Marco divide-se em três grupos: o Operacional,
com quatro companhias, o de Logística e o de Treinamento. O transporte
marítimo foi inicialmente proporcionado por dois navios usados
de origem americana, mas o sucesso em operações de paz da
ONU e a importância do batalhão levaram a Marinha italiana
a encomendar a construção de um novo navio de transporte
e desembarque (LPD) de 8.000 toneladas, com um grande convés para
helicópteros, outro para blindados
e rampas especiais de embarque e desembarque. Os veículos de combate
do batalhão incluem o blindado M 113-A1, dez anfíbios
de desembarque LVPT-7 e trinta VCC-1, versão
italiana aperfeiçoada do M 113.
O
batalhão San Marco usa praticamente as mesmas armas de outras unidades
das Forças Armadas italianas, com destaque para o fuzil
Beretta AR-70/223 de 5.56 mm, em duas versões: comum com coronha
rígida e o SC-70 com coronha dobrável. Trata-se
de uma arma moderna, eficiente, leve e de fácil manejo. Utiliza-se
uma versão de cano curto, ideal para uso das forças especiais.
Em combate, os fuzileiros navais de San Marco vestem-se como soldados
e em paradas como marinheiros. No primeiro caso, os únicos elementos
distintivos são uma boina preta e a insígnia do leão
alado (dourado sobre fundo vermelho) no punho direito. Nos uniformes da
Marinha, os oficiais usam o distintivo no peito e os fuzileiros no punho
da túnica.
O
batalhão San Marco atuou no Líbano em 1982, como parte de
uma força internacional de paz, com uma conduta bastante elogiada.
Integrou as forças da coalizão aliada na Guerra
do Golfo de 1991 e participou da intervenção na Somália
em 1992, sempre buscando honrar seu lema "Per Mare, Per Terram"
(Por mar e por terra).
|