A instabilidade política na América Latina

Assessores militares americanos treinam o Exército da Nicarágua na década de 70 Houve uma época em que os países da América Latina eram, em sua maioria, definidos pelos países do Primeiro Mundo como as "Repúblicas das Bananas" (apelido que surgiu devido a exploração desse fruto na região por empresas norte-americanas) onde tudo, certo ou errado, era permitido, com a complascência de seus governantes. Ditadores, alguns descendentes de famílias abastadas outros simples aventureiros de plantão se perpetuavam no poder, enriquecendo as custas da miséria de seus povos. Citemos os mais famosos como Anastásio Somoza (Nicarágua), Papa Doc (Haiti) e Alfredo Stroesnner (Paraguai).

Haviam ainda os movimentos revolucionários, de diversas linhas de pensamento, reprimidos de forma impiedosa. Nas décadas de 80 e 90 fomos varridos pelos ventos da democracia. Governos legítimos, eleitos pela força das urnas, se estabeleceram de norte a sul do continente, com as bençãos dos Estados Unidos, que já não precisavam mais do apoio dos caudilhos em sua luta contra o comunismo em decadência. Chegaram prometendo uma era de abundância, crescimento econômico, erradicação da pobreza e estabilidade política. Multinacionais investiram bilhões de dólares nas privatizações e na instalação ou ampliação de suas filiais. Os mercados financeiros atraíram inúmeros aplicadores estrangeiros. Mas infelizmente os problemas estruturais não foram resolvidos. A corrupção permaneceu impune e os índices de violência urbana, desemprego e pobreza cresceram assustadoramente.

Resultado: a Argentina teve cinco presidentes nos útimos quatro meses e atravessa um período turbulento, com consequências imprevisíveis; Equador, Bolívia e Paraguai enfrentam distúrbios sociais e impopularidade de seus governantes; a Venezuela tirou Hugo Chavez do poder e o reconduziu no espaço de uma semana. Porém o que realmente preocupa é a guerra civil na Colômbia e a volta do Sendero Luminoso no Peru. O Exército colombiano, com assessoria americana tenta recuperar terreno em poder das FARC ( Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que bem armada e preparada promete resistir até o último homem. Ou em último caso atravessar a fronteira com o Brasil e se refugiar na selva amazônica, para onde o Ministério da Defesa tem deslocado maiores efetivos das três Armas, em permanente estado de alerta para evitar que o sangue de guerras alheias manche o solo de nosso país.





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