|  Após libertar-se da Grã-Bretanha em 1947, o novo Estado 
        indiano herdou numerosos regimentos (dos siques, dos gurcas e dos rajputs, 
        entre outros) que ostentavam longa tradição militar a serviço 
        do império britânico. Os líderes da Índia não 
        pretendiam se desfazer das melhores características dessas tropas, 
        mas o Exército longe de ser um símbolo de unidade, era recrutado 
        a partir de segmentos restritos da sociedade, com uma reputação 
        de instituição elitista, nada boa num país marcado 
        por disputas separatistas religiosas e territoriais.
 Apesar da perspectiva de guerra com o Paquistão que desaconselhava 
        mudanças bruscas no Exército, o governo decidiu que as Forças 
        Armadas deveriam refletir a nação livre e determinou que 
        as novas unidades, como o Regimento 
        paraquedista, abrisse o alistamento a qualquer indiano, sem 
        restrições. No confronto indo-paquistanês de 1948 
        as tropas indianas demonstraram confiabilidade, mas cometeram falhas na 
        guerra fronteiriça com a China em 1962 permitindo que o inimigo 
        ocupasse com facilidade as áreas disputadas. Este fato desencadeou 
        novas mudanças no Exército indiano, que teve seu contingente 
        duplicado mantendo-se a sua característica profissional, transformando-se 
        num misto dos povos e das castas da Índia.
 A reorganização atingiria sua maturidade em 1965, na guerra 
        com o Paquistão, apoiada numa política em que todas 
        as minorias tinham acesso às listas de promoção e 
        na divulgação de atos de bravura das novas unidades recrutadas. 
        Tendo feito seu batismo de fogo em 1965, o Exército indiano alcançaria 
        em 1971 extraordinário sucesso contra um já dividido e desequilibrado 
        Paquistão. Nessa campanha ficaram demonstrados seu alto moral e 
        sua estrutura de exército moderno. Com velocidade de movimentação 
        de tropas, adaptabilidade e uso freqüente de ataques sustendados 
        por helicópteros, o Exército indiano era uma instituição 
        altamente desenvolvida, de posse de técnicas e armamentos modernos.
 Este soldado sique é membro de um regimento regular do Exército 
        indiano. Mesmo assim ele traz a tradicional pulseira de aço sique 
        no braço direito, bem como um turbante verde-oliva com uma faixa 
        por baixo, o que igualmente identifica seu povo. Também verde-oliva 
        é o uniforme, com cinturão padrão do equipamento 
        britânico de 1937e as tornozeleiras cobrem parte dos coturnos. Refletindo 
        ainda a herança militar do colonialismo britânico na Índia, 
        o fuzil é um Lee Enfield n°1 MkIII, com a baioneta afixada.
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