Soldado do Exército iraniano

Atuação: Guerra Irã-Iraque - 1980


Na Segunda Guerra Mundial a simpatia do Irã pela Alemanha nazista determinou a ocupação do país por ingleses e soviéticos em 1941. O xá Reza Khan foi forçado a abdicar em favor de seu filho, Reza Pahlevi, que pôs o Exército iraniano a serviço da causa dos Aliados. No começo dos anos 60, iniciou-se um amplo programa de modernização do país e de suas Forças Armadas. Com os recursos do petróleo, o Irã recorreu principalmente aos Estados Unidos para reequipá-las com carros de combate M-48 e M-60, veículos blindados de transporte de tropas (VBTT), artilharia, armamento antitanque e antiaéreo.

Os quadros do Exército foram ampliados, chegando a 150.000 soldados regulares e mais de 400.000 reservistas. Mas o autoritarismo do xá, perseguindo líderes religiosos e reprimindo a oposição, desetabilizou seu governo, fazendo com que o descontentamento popular fosse generalizado e provocando a sua queda do poder em 1979. Os nacionalistas islâmicos, liderados pelo aiatolá Khomeini, e que foram recebidos com festa nas ruas, implantaram um regime que adotava os preceitos ortodoxos da seita xiita, num ambiente de fanatismo religioso. No início, o Irã passou a receber ajuda da União Soviética, mas logo as relações foram cortadas e houve execuções em massa de comunistas e membros da oposição.

O novo governo adotou atitudes agressivas também em relação aos EUA, que haviam dado asilo político ao xá Reza Pahlevi e se negavam a extraditá-lo. Em 1980, tentando aproveitar-se da confusão reinante nas Forças Armadas do inimigo, os iraquianos invadiram o Irã, assumindo o controle do rio Chatt-el-Arab que divide os dois países e é a única saída do Iraque para o mar. Foi o início de uma guerra sangrenta que duraria oito anos, mas que serviu para unificar as forças iranianas contra um inimigo comum.

Apesar de terem seus oficiais substituídos por expurgos ou deserções e de não contarem com equipamentos pesados dos EUA ou da URSS, as tropas iranianas revelaram extraordinário espírito de combate. O conflito com o Iraque era considerado uma "guerra santa" e os soldados nas frentes de batalha recebiam chaves de plástico, para que segundo a doutrina xiita, abrissem as portas do Paraíso para aqueles que morressem no "combate aos infiéis". A vanguarda do Exército iraniano era constituída pelo Pasdaran - Corpo de Guarda Revolucionária - com cerca de 150.000 xiitas ortodoxos. Dividido em batalhões, o Pasdaran atuava como ponta-de-lança, em conjunto com as brigadas.

Diferindo de seus adversários iraquianos, que normalmente tinham uniformes em brim cáqui, as Forças Armadas do Irã costumavam usar a cor verde-oliva, embora muitos combates ocorressem em regiões semidesérticas, onde esse tom sobressai bastante. O capacete deste soldado do Corpo de Guarda Revolucionário é o US M1 e a bandoleira parece basear-se em modelos britânicos. A arma pessoal é o fuzil de assalto H&K G3, de calibre 7.62 mm.





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