Míssil ar-ar AIM-9 Sidewinder - EUA

Não poderiam ter escolhido um nome mais apropriado para o míssil ar-ar de curto alcance mais utilizado no mundo: Sidewinder (cascavel com chifres), serpente rápida e letal muito comum nos desertos norte-americanos. O lendário AIM-9 Sidewinder é um dos sistemas de arma mais importantes da história da aviação, tendo sido desenvolvido pelo Naval Weapon Center em China Lake no início dos anos 50. Os cientistas da Marinha foram os primeiros no mundo a pesquisar a idéia de um sistema de orientação infravermelho (IR) passivo e seu então revolucionário projeto, conhecido como XAAM-N-7, entrou em serviço em 1956 na US Navy designado N-7 e na US Air Force como GAR-8. Elegante em sua simplicidade, o Sidewinder tinha apenas 24 partes móveis e poucos componentes eletrônicos, mas podia ser disparado por qualquer tipo de aeronave, com ou sem radar, era fácil de fabricar e tinha um preço bastante acessível, além de ser o primeiro míssil com a capacidade "fire and forget" (dispare e esqueça), o que em parte explica o seu sucesso em vendas para diversas Forças Aéreas e sua longevidade de mais de 60 anos. Quando foi usado pela primeira vez em combate, pela Força Aérea de Taiwan em outubro de 1958, os Sidewinder derrubaram quatorze Mig-17 em um único dia (foi também a primeira vez que um míssil ar-ar foi usado em combate na história da aviação). O protótipo designado AIM-9A (AIM = Air Intercept Missile) deu lugar à primeira versão de produção AIM-9B que entrou em serviço em 1956. Este só era efetivo a curtas distâncias e não podia engajar alvos próximos ao solo ou durante a noite. Mesmo com estas limitações mais de 80.000 unidades foram produzidas para as Forças Armadas americanas. A versão AIM-9C possuía um sistema de orientação por radar semi-ativo e foram encomendadas 1.000 unidades, enquanto o AIM-9D incorporava um rastreador IR melhorado, maior velocidade e maior manobrabilidade, com 950 unidades vendidas para a US Navy. A versão seguinte, AIM-9E nada mais era do que a -9B com um rastreador IR, refrigerado, de amplo ângulo de visada e teve 5.000 unidades entregues à US Air Force. O Sidewinder AIM-9G foi uma versão aperfeiçoada do -9D, com capacidade de travar o alvo e de ser disparado contra ameaças fora do eixo da aeronave lançadora, vendido para a US Navy (2.120 unidades). O AIM-9H era bastante similar ao -9G em termos de performance, mas incorporava novos componentes eletrônicos e introduziu uma nova ogiva, sendo entregues 3.000 unidades para a US Air Force.

A versão AIM-9J (depois AIM-9N) nada mais era do que um upgrade dos modelos AIM-9B e -9E em estoque, com a parte frontal redesenhada para melhor desempenho nas manobras em combate a curta distância ("dog fight"), juntamente com o aumento da velocidade e do alcance. Mais de 21.000 mísseis foram convertidos ao padrão -9N a partir de 1977. O Sidewinder AIM-9L adicionou um motor foguete de propelente sólido mais potente, bem como melhorias no sensor de calor e nos sistemas de controle que lhe permitiam uma capacidade de ataque em qualquer ângulo (all-aspect), incluindo acima da visada do piloto, aumentando sua letalidade e sua resistência a contramedidas eletrônicas. Uma cabeça de busca cônica incrementou a sensibilidade do rastreador IR e sua estabilidade em voo. Incorporava ainda uma nova ogiva com fragmentação anular. Cerca de 11.700 unidades da versão -9L foram produzidas. A partir de 1983 começaram as entregas da versão AIM-9M, trazendo aperfeiçoamentos nos sistemas de contramedidas infravermelha e no motor, sendo a única versão atualmente em serviço ativo e que serviu de ponto de partida para o desenvolvimento da avançada versão AIM-9X. Esta é a ultima versão em uso pelos caças da US Navy, da US Air Force e do US Marine Corps, sendo o míssil padrão para o combate a curta distância com capacidade "dispare e esqueça", complementando os mísseis de médio e longo alcance, como por exemplo o AIM-120 AMRAAM. O Sidewinder AIM-9X utiliza a mesma ogiva, o mesmo detonador e o motor foguete da versão -9M, a fim de capitalizar o grande número desses mísseis no inventário do Pentágono. As maiores novidades da versão -9X ficam por conta das novas aletas fixas e móveis de títânio (metal leve e super resistente), cabides mais longos para maior segurança no momento do disparo, uma nova seção de orientação (seeker) e empuxo vetorado. O -9X rastreia e trava seus alvos pela energia IR que eles emitem, assim quando uma fonte emissora de IR entra no campo de detecção da cabeça de busca do míssil, ainda acoplado à aeronave, um sinal de áudio é gerado, e o piloto recebe este som pelo seu fone de ouvido, indicando que o -9X engajou um alvo em potencial. A partir deste momento, o piloto escolhe a melhor forma para lançar o Sidewinder, maximizando as suas potencialidades e sua letalidade. Embora tudo que os atuais AIM-9X tenham em comum com seus irmãos AIM-9B de 1956 sejam o mesmo príncipio de orientação por infravermelho e o diâmetro do tubo principal, a sua trajetória de sucesso justifica amplamente os aperfeiçoamentos implementados ao longo destes anos, com a exportação para mais de trinta países e mantendo-o como um dos principais protagonistas da arena de combate aéreo nas últimas seis décadas.



Origem
Estados Unidos
Comprimento
comprimento: 3 metros 
Peso
85 kg
Velocidade
Mach 2,5
Alcance
29 km
Ogiva
9 kg
Orientação
Infravermelho (IR)
Propulsão
motor foguete de propelente sólido,
com empuxo vetorado



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