Caça F-22 Raptor - Estados Unidos


O caça F-22 Raptor surgiu com a intenção de dominar a arena de combate ar-ar no início do século XXI, atendendo os requerimentos da US Air Force (USAF) para um caça de superioridade aérea de longo alcance, capaz de manter um voo supersônico sem a necessidade de usar pós-combustores (super-cruise) e principalmente ter um alto índice de furtividade, lançando mão da tecnologia stealth em larga escala. Sua origem remonta ao período do governo Reagan (1981-89) quando a USAF buscava um substituto para o lendário F-15 Eagle. Os candidatos Lockheed YF-22A e Northrop YF-23A, inicialmente desenvolvidos para o programa ATF (Advanced Tactical Fighter) com recursos dos chamados "black programs" altamente secretos, foram então testados exaustivamente pela Força Aérea por mais de cinco anos, e embora ambos atendessem com folga os requerimentos, em abril de 1991 o YF-22A foi oficialmente declarado vencedor. A primeira aeronave foi apresentada em 1997 e recebeu a designação de F-22 Raptor. Sua estrutura é composta de 39% de titânio, 24% de fibra de carbono, 16% de alumínio e 1% de materiais termoplásticos que ajudam a reduzir seu peso total. O desenho anguloso da fuselagem foi detalhadamente estudado visando dotá-lo das mais modernas características de furtividade, com asas em forma de diamante, duas derivas em forma de trapézio e duas grandes empenagens horizontais, com todas as terminações da aeronave alinhadas entre si em um ângulo de 42º, resultando em um conjunto harmonioso e eficaz em termos aerodinâmicos, que reduz sobremaneira sua seção radar (RCS ou radar cross-section), deixando-o praticamente "invisível" à defesa anti-aérea ou aos caças inimigos. O cockpit do F-22 possui seis telas de cristal líquido, head-up display (HUD) da BAE Systems, computador de bordo VHSIC 1750 controlado por comando de voz, manete HOTAS e sistema de armas de última geração, com controle integrado que maximiza a visão situacional do piloto, reduzindo sua carga de trabalho e permitindo que explore melhor os sistemas de alta tecnologia da aeronave. Conta ainda com um sistema de comunicações, navegação e identificação TRW CNI, que inclue datalink, compartilhamento de informações táticas (JTIDS) e sistema de identificação IFF (friend or foe / "amigo" ou "inimigo").


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O caça está equipado com o radar AN/APG-77 AESA desenvolvido especialmente para ele pela Northrop e pela Raytheon Electronic Systems. Este utiliza-se de uma antena de busca eletronicamente ativa, com transmissor/receptor composto de 2.000 módulos independentes, proporcionando um amplo ângulo de varredura, grande alcance e baixa detectabilidade. O F-22 possui uma suíte completa de contramedidas eletrônica, RWR (radar warning receiver) e IEWS (information & electronic warfare systems) para detectar lançamento de mísseis hostis. A motorização está a cargo de duas turbinas P&W F119-100, com potência unitária de 156 KN, capaz de manter voo supersônico (cerca de Mach 1.5) sem uso de pós-combustão e dotado de empuxo vetorado para manobras em altos ângulos de ataque, tudo controlado pelo FADEC (full authority digital engine control) integrado aos computadores de controle de voo da aeronave, que o mantém sempre em atitude segura, mesmo que o piloto efetue manobras com elevados níveis de força "g". O Raptor está apto a utilizar a maioria dos armamentos do arsenal da USAF, possuindo quatro pontos duros sob as asas com capacidade para até 2.270 kg e três compartimentos de armas internos, sendo que o maior deles pode levar seis mísseis ar-ar AMRAAM AIM-120C ou dois AIM-120C e duas bombas JDAM GBU-32 de 1.000 lb. Este compartimento possui sistema pneumático de lançamento LAU-142/A AVEL controlado pelo sistema de gerenciamento de armas do caça. Os compartimentos internos laterais podem carregar um míssil ar-ar AIM-9X Sidewinder. A nova bomba guiada por GPS da Boeing, a SDB GBU-39 (small diameter bomb) também está integrada ao F-22 que pode carregar até oito delas em cada surtida. O F-22A Raptor entrou em serviço na USAF em dezembro de 2005 e está prevista a produção de 195 aeronaves, com término das entregas no final de 2011. A primeira unidade a operar o F-22 está baseada em Langley AFB, Virgínia, com uma frota de 40 aeronaves. A base de Elmendorff AFB no Alaska foi a segunda, em 2007 e Holloman AFB no Novo México foi a terceira, em 2008. A base de Hickam AFB no Havaí também deverá operá-los em breve. Embora o F-22A Raptor ainda não tenha sido testado em combate, a sua participação em diversos exercícios demonstraram a sua grande capacidade como plataforma de superioridade aérea. Durante o exercício "Valiant Shield" realizado na base americana de Guam no Pacífico em 2010, o F-22 contabilizou 168 vitórias contra ameaças anti-aéreas avançadas e aeronaves hostis, com uma taxa de disponibilidade de 90%. Devido às tecnologias altamente secretas utilizadas em sua construção, o F-22A Raptor não está disponível para exportação, garantindo assim à USAF o domínio dos céus ainda por um bom tempo.



Origem
Estados Unidos
Dimensões
comprimento: 18,9 m  /  envergadura: 13,6 m / altura: 5,0 m
Peso
38.000 kg (máximo, na decolagem)
Velocidade
2.750 km/h (máxima)
Alcance
3.220 km (máximo, com tanques extras)
Motorização
02 turbinas P&W F119-100, com empuxo unitário de 156 KN
Carga bélica
9.000 kg



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